Conhecido por seu carisma e facilidade na apresentação de programas ao vivo, Caco de Castro iniciou a carreira artística aos 18 anos. Em 2004, mudou-se para São Paulo, onde estudou teatro com Beto Silveira, renomado preparador de elenco. Desde então, Caco passou a estrelar diversas campanhas publicitárias para marcas como Skol, Chevrolet, Bradesco, Oi, Volkswagen, Elma Chips, CupNoodles, Coca-Cola, entre muitas outras.
Em 2005, Caco se tornou integrante do time de apresentadores da MTV Brasil ao comandar o programa “Disk MTV – VJ em Teste”. No ano seguinte, foi contratado pela Mix TV e se tornou a cara de alguns dos projetos mais importantes do Grupo Mix de comunicação, fazendo a cobertura de eventos como o Rock in Rio, Lollapalooza e São Paulo Mix Festival para a TV e rádio Mix.
Como apresentador, esteve à frente do “Mix Diário”, uma revista eletrônica voltada ao público jovem, e do “No Break”, programa de videoclipes que foi líder de audiência na casa. No rádio, ele também apresentou o “Mix Tudo” durante dois anos. Além de ter vencido por três anos consecutivos como melhor apresentador jovem do país no Prêmio Jovem Brasileiro, ele também apresentou a edição de 2017 do prêmio.
Além de apresentar lives e projetos especiais da Kondzilla, uma das maiores produtoras do país, Caco também é diretor de conteúdo, tendo comandado o talkshow “Nas Ideia com MC Lan”, um programa de entrevistas criado exclusivamente para o Facebook.
Somando mais de 450 mil seguidores nas redes sociais, Caco atua também como produtor de conteúdo para grandes marcas e como mestre de cerimônias em eventos, montando projetos especiais de acordo com o perfil de cada cliente. Durante as Olimpíadas Rio 2016, por exemplo, ele foi um dos principais nomes da NBA House.
PV – Caco, convivendo 16 anos neste cenário, o que a música avançou e o que foi desconstruído durante esses anos?
CACO – Pensando na indústria, acho que o grande avanço foi a democratização. Hoje todos podem lançar qualquer coisa com a ajuda da internet, dos “players”, e etc. Isso é maravilhoso, mas tem um outro lado. Essa ilusão de que todo mundo pode fazer sucesso leva muita gente sem talento algum para a música e acaba dando espaço para o “besteirol” e isso acaba tirando a atenção de artistas competentes que são engolidos por pessoas que só querem aparecer a qualquer custo e muitas vezes fazem um certo “barulho”, mas não sabem como lidar com essa exposição. Outa coisa incrível foi o acesso a gravação, produção, mixagem, tudo isso se tornou muito mais popular e barato. Acho que essa revolução trouxe a possibilidade de conhecermos muitos talentos que provavelmente ficariam esquecidos em algum lugar do mundo, mas hoje eles podem gravar um clipe, uma música, lançar e aparecer, coisa que antes só era possível através de investimentos altíssimos.
Gosto muito disso, dessa democratização, mas também acho que o ouvinte deve selecionar muito bem o que curte ou não, e principalmente, incentivar os artistas que ele descobre. Somente assim ele terá alguma chance no mercado fonográfico que está cada vez mais disputado.
PV – Você poderia citar alguns nomes que acredita haver colaborado para a maior representatividade musical ao longo desses anos no Brasil e no mundo?
CACO – Hoje nós temos muitos artistas que trazem a “representatividade” de um jeito que gosto muito. Lady Gaga sempre tratou de vários temas importantes e fez as pessoas falarem mais abertamente, em vários momentos, sobre depressão, aceitação e esteve ao lado da comunidade LGBTQIA+. Acabei começando com a Gaga porque sempre me transpareceu verdade em seus discursos e gosto da maneira como ela lida com assuntos importantes e que são ainda um tabu. Outra artista maravilhosa é a LIZZO, que pra mim é uma das mais legais! Ela sempre dá um jeito de falar sobre aceitação de um jeito muito bacana, como na música “Scuse Me”. Ela quebra muitos padrões e faz isso de maneira brilhante. Ela é uma mulher negra, rapper e gorda, ou seja, passa por muitos desafios impostos pela indústria, e posso falar? Passa por todos com muito louvor, ela é inspiração.
Agora, não posso deixar de citar no Brasil a Glória Groove que trás uma força e um poder a questões importantíssimas e com uma personalidade que me deixa de boca aberta muitas vezes. Eu olho pra ela, pelo jeito de se portar no palco e só vejo força.
Iza é maravilhosa também, canta muito bem e representa a mulher brasileira de uma maneira linda na atualidade. Quando vejo a Iza, vejo um modelo de força, de alegria e fino trato com pautas que hoje são tratadas com muito ódio por aí, mas ela não. A Iza trás reflexão, inteligência e amor a esses assuntos.
PV – 10 músicos ou grupos que não podem faltar na playlist do Caco.
CACO – Acho que a pandemia me fez me abrir para tantas obras clássicas, que hoje eu poderia dizer que estou redescobrindo artistas. Estou ouvindo uma “velharia” boa demais! rssss Mas também tenho descoberto muitos artistas novos bem interessantes. Ah, não posso me esquecer de falar que sou uma bagunça musical e ouço de tudo. Quando digo de tudo, é tudo mesmo. Vamos lá!
1- Louis Armstrong
2- Frank Sinatra
3- Edith Piaf
4- Michael Bublé
5- Gonzagão e Gonzaguinha
6- Alter Brigde
7- Surfaces
8- Ella Fitzgerald
9- Ivete Sangalo
10- Barões da Pisadinha